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Questões associadas à ingestão de objetos estranhos

A ingestão de corpos estranhos acontece, em sua maioria, de forma acidental, com maior pico de incidência entre crianças de 6 meses a 3 anos, quando iniciam a fase oral. De acordo com o Instituto Fernandes Figueira, cerca de 80% a 90% dos objetos atingem o estômago sem necessidade de intervenção, de 10% a 20% necessitam de algum tipo de intervenção não cirúrgica e apenas 1% dos casos requerem intervenção cirúrgica. Talvez a maior questão seja o tipo do objeto deglutido, pois alguns trazem mais perigos que outros, como abordaremos nesse post. Para o profissional que vai conduzir esse atendimento é importante saber: o tipo de objeto ingerido, o tempo de digestão, episódios prévios, a possível localização do objeto, doenças associadas e o tempo de jejum (para acionar o serviço de endoscopia). Nos casos em que o objeto se encontra no esôfago observa-se disfagia, odinofagia, dor torácica e hipersalivação; considerado uma urgência/emergência pelo risco de broncoaspiração. Na maioria das vezes os pais ou cuidadores não presenciam o momento da ingestão, mas podem verificar sintomas de engasgo, salivação e recusa alimentar, além de sintomas respiratórios.

O que pode ser feito até a chegada no serviço de endoscopia?

DESTACAMOS QUE TAIS MEDIDAS NÃO DEVEM POSTERGAR A ENDOSCOPIA, MAS SEREM UTILIZADAS COMO RECURSO ATÉ A CHEGADA AO SERVIÇO!! Podemos oferecer 10ml de mel (duas colheres de chá) a cada 6 minutos (máximo de 6 doses). Importante salientar que o mel não deve ser utilizado em crianças menores de 1 ano, com produção excessiva de saliva ou com dificuldade de deglutir, aquelas com mais de 12 horas de ingestão do corpo estranho ou com sinais de complicações. Além disso, nos casos de ingestão de corpo estranho o tempo ideal para endoscopia é não esperar o jejum adequado para a anestesia (de 6 a 8 horas).